O sítio geológico é o primeiro a ser descrito na América do Sul que contém indícios do meteoro que marcou o fim da Era dos Dinossauros
Paulista (PE), 20 de novembro de 2019 – A Votorantim Cimentos anuncia a abertura do geossítio K-Pg Mina Poty, a partir do dia 20 de novembro, para temporada de visitas educativas e científicas entre novembro de 2019 e abril de 2020. A reabertura consolida as atividades de um ano de inauguração do sítio geológico que é o primeiro a ser descrito na América do Sul que contém indícios do meteoro que marcou o fim da Era dos Dinossauros.
O geossítio K-Pg Mina Poty está localizado na fábrica da Votorantim Cimentos no município de Paulista (PE) e suas atividades são suspensas entre maio e outubro devido a sazonalidade climática (chuvas) na região. O local é aberto apenas para visitas educativas (universitários e tecnólogos) e visitas científicas (pesquisadores), mas a temporada 2019-2020 também comtemplará ações de relacionamento com moradores, estudantes da cidade e familiares dos colaboradores, por meio de visita ao sítio geológico e, bem como atividades educativas em escolas públicas, com o apoio da UFPE.
Segundo o gerente de Direito Mineral da Votorantim Cimentos, Rodrigo Sansonowski, desde que o geossítio foi oficialmente aberto, em novembro de 2018, a fábrica compatibiliza as atividades minerárias com a geoconservação. A empresa opera alinhada à Política Global de Meio Ambiente da Votorantim S/A., que possui como Regras Verdes: Respeitar cavernas, sítios culturais, geológicos, históricos, paleontológicos e arqueológicos.
“O trabalho de mineração contribuiu para que fossem descobertas as evidências que viabilizaram a criação da estratégia geoconservação e a respectiva implementação do geossítio. É o único da América Latina com plano de gestão que contempla a conservação com monitoramento e manutenção, além do uso público visitas educativas e cientificas. Temos que valorizar esse patrimônio natural de relevância internacional, possibilitando às pessoas conhecerem esse espaço para compreender o valor da sua conservação e compartilhar conosco boas práticas de sustentabilidade”, afirma Sansonowski.
Volta no tempo – Na reabertura do geossítio K-Pg Mina Poty, a Votorantim Cimentos apresenta uma novidade para os visitantes: uma linha do tempo, fixada na entrada da fábrica, que ilustra os fatos mais marcantes que levaram à implementação do sítio geológico. O painel contém dados sobre a história e as transformações da Terra, com a formação dos planetas do Sistema Solar, as primeiras rochas e continentes, a diversificação evolutiva dos animais e as grandes extinções em massa do nosso planeta, entre as quais está a que exterminou os dinossauros.
A linha do tempo exibe também os principais acontecimentos na Mina Poty, desde a inauguração da fábrica, na década de 40, e as descobertas científicas que impulsionaram a implementação de uma estratégia de geoconservação no geossítio. As atividades também têm o apoio da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), por meio de convênio assinado com a empresa, que além de realizar pesquisas científicas e estudos técnicos também contribui nas ações de divulgação do geossítio com os moradores da cidade.
Uma das ações de relacionamento com a comunidade já promovidas para divulgar o geossítio K-Pg Mina Poty ocorreu, em setembro de 2019, para cerca de 700 alunos das escolas municipais Irmã Assunta e João Fonseca de Albuquerque. Eles assistiram palestras em que foram explicados conceitos de paleontologia e como são identificados e conservados os fósseis. Também participaram de oficinas de produção de réplicas de fósseis.
Em novembro de 2019, empregados da fábrica participaram de um treinamento, com o apoio da UFPE, em que foram orientados sobre as regras de segurança na área do geossítio e como proceder caso identifiquem possíveis evidências paleontológicas. Para os próximos meses serão organizadas visitas especiais no local com familiares dos empregados, moradores do entorno da fábrica e estudantes de escolas públicas da cidade.
Patrimônio natural geológico – O geossítio K-Pg Mina Poty conta com aproximadamente 65 mil metros quadrados e é dividido em quatro exposições geológicas. O nome do espaço faz referência ao Limite K-Pg, que demarca o fim do período do tempo geológico Cretáceo (K) e início do Paleógeno (Pg) – popularmente chamados de Era do Dinossauros e Era dos Mamíferos, respectivamente -, causado pela queda de um meteoro no Golfo do México. O impacto, ocorrido há aproximadamente 66 milhões de anos, provocou mudanças ambientais e episódio de extinção em massa. Estima-se que de 64% a 85% de todas as espécies, nos biomas marinhos e terrestres, incluindo os dinossauros, desapareceram com a queda do meteoro.
A marca desse acontecimento foi encontrada na área de mineração da Votorantim Cimentos e estudada e conservada desde então. A descoberta contou com parceiros como os pesquisadores Gilberto Albertão e Paulo Martins, que descobriram em 1993 os registros deixados pelo impacto de um meteoro que provocou uma extinção em massa na Terra, e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que por meio de professores, alunos e pesquisadores do Departamento de Geologia estudam a Mina Poty desde meados do século XX, com ênfase nas questões paleontológicas.
Pela sua relevância científica, o geossítio K-Pg Mina Poty foi reconhecido na publicação da SIGEP (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) do Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
Curiosidades
- O geossítio K-Pg é o único no Brasil que apresenta evidências geológicas que caracterizam a passagem entre os períodos Era Mesozoica (Era dos Dinossauros) e Era Cenozoica (Era dos Mamíferos).
- O que comprova a descoberta cientifica é a existência de microesférulas (grãos de vidro microscópicos) e fragmentos de quartzos de impacto, produzidos pelo calor gerado no momento da colisão no Golfo do México. Estes vestígios também foram encontrados em outras partes do mundo, comprovando o impacto do meteoro.
- Outras duas comprovações do Limite K-Pg tratam de características físicas, através de rochas com indícios de tsunami e químicas, através da anomalia do elemento irídio em uma camada de rocha de 1 cm, elemento este que só é encontrado em meteoritos.
- Em 2008, foi divulgada a descoberta, na área de mineração da Unidade Poty Paulista, um crânio completo, vértebras e osteodermos de crocodiliforme marinho, que sobreviveu à extinção K-Pg. A espécie Guarinisuchus munizi, “crocodilo guerreiro”, viveu na costa do nordeste brasileiro há cerca de 62 milhões de anos.
- Em 2016, parte da carapaça (plastrão) e outros ossos da tartaruga Inaechelys pernambucensis, “rainha do mar de Pernambuco”, foram encontrados em rochas da mineração na Unidade Poty Paulista. Essa espécie vivia em áreas próximas da costa, também há cerca de 62 milhões de anos.
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- Solicitação de visitas educativas (turmas e/ou eventos científicos) e científicas (pesquisadores) pelo e-mail poty@vcimentos.com