Na nossa fábrica em Salto de Pirapora, no interior de São Paulo, fomos o primeiro no país a utilizar parte dos resíduos urbanos inutilizados na reciclagem como fonte de energia para a produção de cimento. Esse processo, chamado de coprocessamento de Combustível Derivado de Resíduo (CDR) é amplamente utilizado nos países da América do Norte e da Europa e foi trazido para o Brasil, em 2018, a partir da nossa iniciativa pioneira.
O lixo urbano é um desafio global. O Brasil produz anualmente mais de 78 milhões de toneladas de resíduo urbano, segundo cálculos da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Cerca de 41% do volume do lixo coletado no país é descartado em local inadequado. O coprocessamento de CDR é uma alternativa viável para diminuir o impacto do lixo urbano, reduzir o volume depositado nos aterros sanitários e transformar parte desse resíduo em energia para a produção de cimento.
Em 2018, iniciamos um programa inédito na indústria de cimento no Brasil, transformando parte do lixo coletado em Piracicaba e Sorocaba (interior de São Paulo) em energia para produção de cimento. A fábrica de Salto de Pirapora, em São Paulo, utilizou durante o período de testes para licenciamento, em 2018, 17,9 mil toneladas de CDR, o que significa 5,3% na substituição do coque de petróleo. Em 2019, a unidade recebeu a licença ambiental definitiva para utilização do CDR. A fábrica tem capacidade para processar 65 mil toneladas/ano.
“Essa tecnologia traz vantagens ambientais, sociais e econômicas, tanto para a empresa quanto para as comunidades onde operamos. O coprocessamento diminui a emissão de gases que causam o efeito estufa, reduzem o volume de lixo que vai para os aterros sanitários e contribui para a economia circular ao potencializar a cadeia da reciclagem e trazer melhores condições de trabalho para cooperados, gerando emprego e renda. E ainda auxiliamos as cidades a dar uma destinação correta aos resíduos urbanos”, afirma nosso gerente geral de combustíveis alternativos, Eduardo Porciúncula.
Nos últimos quatro anos (2016-2019), investimos R$47 milhões em coprocessamento na fábrica de Salto, que inclui modernização e adaptações de equipamentos. Para os próximos quatro anos a previsão é de investir mais R$167 milhões. O processo do CDR – O material reciclável é separado e enviado aos centros de reciclagem de lixo. O que NÃO é reciclável e tem valor energético (exemplo: isopor, caixa de pizza usada, pacote de salgadinho e de chocolate e demais embalagens sujas), mas que anteriormente iria para os aterros sanitários, agora é transformado em energia em nossas fábricas de cimento, substituindo o combustível fóssil e diminuindo a emissão de CO2. O resíduo restante (orgânico) pode ser reaproveitado em outras tecnologias, como compostagem.
Além da unidade do interior paulista, as nossas fábricas em Rio Branco do Sul (PR), Cuiabá (MT), Sobral (CE) e Brasília (DF) também estão avançando em projetos para destinação de resíduo urbano como fonte de energia. Somente a fábrica de Salto de Pirapora (SP) já opera com licença definitiva. Somando essas quatro fábricas, devemos coprocessar anualmente cerca de 130 mil toneladas de resíduo urbano, que se transformarão em energia nossos fornos de cimento.
Somos pioneira no uso de combustíveis alternativos no Brasil desde 1991. O primeiro resíduo utilizado foi o pneu e desde então a companhia vem pesquisando novos materiais que possam substituir o coque de petróleo como combustível nos fornos de fabricação do cimento, chamado de coprocessamento.
No Brasil, 14 fábricas nossas fazem coprocessamento ou possuem licença para operar com combustíveis alternativos. As operações brasileiras utilizam diferentes tipos de biomassas como combustível, como casca de arroz, cavacos de madeira, coco babaçu, serragem e caroço do açaí. Além de biomassas, são utilizados pneus usados e outros resíduos industriais. Em 2018, a companhia obteve um índice de substituição térmica de cerca de 30%.
Ao todo, em 2018, a consumimos 854 mil toneladas de biomassas, pneus e resíduos, o que significa uma redução de 521 mil toneladas de emissões de CO2, o equivalente a um caminhão dando 4,5 mil voltas na terra. Com a substituição energética, foi evitado o consumo de 195 mil toneladas de coque de petróleo, ou seja, cerca de 1,2 mil caminhões desse combustível fóssil e importado que deixou de ser produzido, transportado e utilizado em nossos fornos.
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