Reduzimos 4% das nossas emissões globais de CO2 em 2023

28/03/2024, 14h07

Avançamos em nossas metas de descarbonização para 2030 com aumento do uso de combustíveis alternativos, novos materiais em substituição ao clínquer na produção de cimento e investimentos em energia renovável 

Encerramos 2023 com resultado global de emissões de 556 kg de CO2 por tonelada de cimento produzido, uma redução de 4% na comparação com 2022. A nossa meta de descarbonização para 2030 e aprovada pelo Science Based Target initiative (SBTi) é de 475 kg de CO2 por tonelada de cimento. Entre 1990 e 2023, reduzimos as nossas emissões de CO2 por tonelada de cimento produzido em 27%. 

A nossa estratégia de descarbonização está pautada em quatro grandes pilares: o coprocessamento, que é a substituição do combustível fóssil nos fornos de produção do cimento por outros materiais, especialmente biomassas e resíduos; o uso de  cimentícios, que é a substituição do clínquer – o principal responsável pela emissão de CO2 no processo produtivo de cimento – por subprodutos vindos de outras indústrias; a eficiência energética e uso de fontes renováveis de energia, com hidrelétricas próprias e investimentos em energia solar e eólica; e o desenvolvimento de tecnologias, uso de processos inovadores, novos materiais, captura de carbono, ganho de eficiência na cadeia de valor do uso de cimento e concreto, parcerias com diversas entidades e academia para, cada vez mais, otimizar os nossos recursos e seguir reduzindo a nossa intensidade de carbono. 

Em 2023, a nossa taxa de substituição térmica global por meio do coprocessamento foi de 31%. O resultado reflete os nossos investimentos para modernização das fábricas e a utilização de novas fontes de combustíveis alternativos, principalmente resíduos e biomassas, que substituem o combustível fóssil nos fornos de produção de cimento. Em 2022, obtivemos um percentual de 26,5% de substituição térmica e a meta para 2030 é atingir um índice de 53%.  

Já a taxa do fator clínquer passou de 73,9% em 2022 para 72,8% em 2023, o que também contribuiu para a redução das emissões (menor uso de clínquer no cimento). A meta para 2030 é alcançar um índice de 68% de fator clínquer, utilizando cada vez mais matérias primas alternativas dentro do conceito da economia circular. O clínquer é o principal componente do cimento, obtido a partir da submissão do calcário e outras matérias-primas em fornos de alta temperatura. É nessa etapa que ocorre a maior parcela das emissões diretas de CO2. Portanto, quanto menor o fator clinquer, menor as emissões. 

Em 2023, 35,1% da energia elétrica consumida pela nossa companhia foi proveniente de fontes renováveis, em comparação com 22,9% em 2022. Esse aumento é resultado da implementação do projeto Ventos do Piauí no Brasil e da utilização de energia eólica em Espanha. A nossa meta é atingir 45% da nossa energia consumida globalmente oriunda de fontes renováveis até 2030. 

“As empresas mais competitivas e sustentáveis serão aquelas com a menor emissão de gases de efeito estufa. Em todos os países onde operamos estamos comprometidos em avançar na nossa jornada de descarbonização, alinhado ao nosso objetivo de produzir concreto neutro em carbono até 2050”, afirma Álvaro Lorenz, nosso diretor Global de Sustentabilidade, Relações Institucionais, Desenvolvimento de Produto, Engenharia e Energia. 

O concreto é o segundo material mais consumido no mundo, depois da água, e é essencial para infraestrutura, habitação, qualidade de vida e bem-estar da sociedade. Produzido a partir do cimento, é um material abundante, acessível e com inúmeras aplicações, além de apresentar características como resistência, durabilidade, segurança e resiliência. 

Jornada de descarbonização  

Em fevereiro nós recebemos, pela primeira vez, classificação A na avaliação sobre transparência corporativa e desempenho em mudanças climáticas pelo CDP, uma das mais respeitadas organizações internacionais sem fins lucrativos, que administra um sistema global de divulgação de informações ambientais por empresas, cidades, estados e regiões. Com base nos dados relatados por meio do questionário sobre Mudanças Climáticas de 2023 do CDP, alcançamos a pontuação ‘A’, nos colocando como parte de um número seleto de empresas classificadas no topo da lista e que atuam como exemplos de melhores práticas para o mercado.  

Também recebemos novamente da Sustainalytics o reconhecimento de Top-Rated Ranking da Indústria referente à performance de análise de rating ESG de 2023, nos tornando a única empresa do setor de materiais de construção da América Latina a estar presente no ranking.  

Investimentos 

Em janeiro, anunciamos investimento de R$ 5 bilhões em um programa abrangente de crescimento e competitividade estrutural das nossas operações no Brasil. Esse programa, dos quais R$ 1,5 bilhão já está em execução, abrange as nossas operações em todas as regiões do país, com investimentos estruturantes para elevar a nossa competitividade, a capacidade de coprocessamento e reduzir de forma significativa as nossas emissões de CO2. Com esses investimentos, iremos adicionar mais 3 milhões de toneladas/ano de cimento à nossa capacidade de produção no Brasil. 

Também está em andamento na unidade de Salto de Pirapora (SP) um projeto para aumentar o nível de substituição térmica/coprocessamento e reduzir as emissões de CO2. A previsão é que o projeto seja concluído até 2028. Para tanto, fomos a primeira cimenteira brasileira a firmar um contrato de financiamento com o International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, conectado a indicadores de sustentabilidade. Alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável, realizamos, desde 2019, a emissão e a contratação de dívidas com indicadores de sustentabilidade atrelados. Ao todo, já realizamos mais de dez operações envolvendo esses tipos de instrumentos de financiamento. 

Firmamos, no início do ano, um acordo para a construção de um parque de energia solar no município de Paracatu (MG) com estimativa de capacidade instalada destinada à companhia de 470 MWp. O acordo inclui a compra de energia (Power Purchase Agreements) para o fornecimento de 100 MWm de energia solar ao longo de 15 anos, com início previsto a partir de 2026, e irá contribuir com o abastecimento das nossas unidades produtivas localizadas no Brasil.