Nossos resultados financeiros de 2022

15/03/2023, 11h45
  • Nosso EBITDA ajustado foi de R$ 4,9 bilhões, redução de 6% sobre o ano anterior;
  • A margem EBITDA alcançou 19% no período, 5 p.p. a menos que em 2021;
  • Nossa alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA ajustado, foi de 1,55x, mantendo o patamar de 2021 e o melhor resultado em mais de dez anos;
  • Nosso lucro líquido no período foi de R$ 1,1 bilhão;
  • Nosso investimento (Capex) da companhia em 2022 totalizou R$ 2 bilhões, 36% maior que em 2021;
  • Ano foi marcado por iniciativas como a conclusão de aquisição na Espanha, a definição de metas mais rígidas de descarbonização, aprovadas pelo Science Based Target iniciative (SBTi), o lançamento da transportadora digital Motz e a mudança na marca corporativa

 

Encerramos 2022 com receita líquida global de R$ 25,8 bilhões, aumento de 16% em relação a 2021, resultado da estabilidade no volume de vendas e da dinâmica de preços favorável em todas as regiões em que operamos, que mitigaram a pressão de custos e o impacto do câmbio no período. O volume total de vendas nos países em que temos operações somou 36,8 milhões de toneladas de cimento, 1% abaixo do comercializado no ano anterior. Registramos lucro líquido de R$ 1,1 bilhão em 2022, 30% a menos que o apurado no exercício anterior. A queda é explicada, principalmente, pelo impacto negativo do aumento de custos no resultado operacional e maior depreciação, referente aos ativos adquiridos nos últimos anos.

 

“Alcançamos mais um ano de resultados sólidos por meio da disciplina na execução de nosso mandato estratégico, apesar do cenário global com alta inflacionária, aumento das taxas de juros e ainda sofrendo as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia. Localmente, o endividamento das famílias e a retração no crédito afetaram os investimentos em obras e reformas, que impactaram o mercado nacional de cimento. Mesmo diante desse quadro, aumentamos nossos investimentos concentrados em melhoria de competitividade, ampliamos e lançamos novos negócios e expandimos nossas operações em mercados importantes, como a Espanha. A companhia segue mais forte e resiliente, estando mais bem preparada para as oportunidades e desafios”, diz Osvaldo Ayres Filho, nosso diretor de operações.

 

O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 4,9 bilhões no ano passado, queda de 6% na comparação com o exercício anterior. Já a Margem EBITDA foi de 19% em 2022, redução de 5 pontos percentuais em relação a 2021 devido aos impactos inflacionários da conjuntura internacional nos custos da companhia. Encerramos 2022 com alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA Ajustado, de 1,55x, o melhor resultado em mais de dez anos. Chegamos ao final de 2022 com saldo de caixa no valor de R$ 4,9 bilhões, uma sólida liquidez suficiente para cumprir com as suas obrigações financeiras para os próximos quatro anos.

 

“Mantivemos a alavancagem no mesmo patamar de 2021, reforçando nossa disciplina financeira, viabilizando o aumento de investimentos, o pagamento de dividendos e as aquisições em um ano com aumento de custos relevantes. A empresa ainda executou diversas operações de liability management, melhorando o seu perfil de endividamento e mantendo suas métricas financeiras alinhadas com os indicadores de grau de investimento e em conformidade com a política financeira da companhia”, afirma Bianca Nasser, nossa diretora financeira global.

 

No ano passado, nossos investimentos em expansões, modernização e sustentação do negócio (Capex) somaram R$ 2 bilhões, crescimento de 36% em relação a 2021. Entre esses investimentos estão projetos atrelados a melhoria de nossa competitividade, aos nossos compromissos de descarbonização e a nova operação de moagem e expedição de cimento na cidade de Minas, no Uruguai. Em novembro, concluímos a aquisição das operações da Heidelberg Materials no Sul da Espanha, que incluem uma moderna fábrica integrada de cimento localizada na cidade de Málaga, três minerações de agregados e 11 usinas de concreto na região da Andaluzia.

 

Outro destaque do ano foi o anúncio da nova meta de descarbonização aprovada pelo Science Based Target initiative (SBTi). A nova meta global, de 475 kg de CO2 por tonelada de cimento, é 8,7% menor que a meta anunciada em nossos Compromissos de Sustentabilidade para 2030, que era de 520 kg de CO2 por tonelada de cimento, e representa também uma redução de 24,8% em relação ao ano base de 2018. Com o novo compromisso público, nivelamos nossas metas de redução de emissões à ambição do Acordo de Paris que visa conter o aquecimento global abaixo de dois graus Celsius dos níveis pré-industriais e também buscar esforços para limitar o aumento da temperatura até 1,5°C. Em 2022, atingimos 579 kg de CO2 por tonelada de cimento. O volume de emissão é 3% menor que o comparado a 2021, quando o índice foi de 597 kg de CO2 por tonelada de cimento. Ao todo, registramos uma redução de 24% nas emissões de CO2 desde 1990. Recebemos da Sustainalytics o reconhecimento de Top-Rated Ranking da Indústria referente à performance de análise de rating ESG de 2022, sendo a única empresa do setor de materiais de construção da América Latina a estar presente no ranking.

 

Em mais uma iniciativa alinhada com sua estratégia de descarbonização, assinamos um Termo de Engajamento com a InvestSP, agência paulista de promoção de investimentos e competitividade, para estudos relacionados ao projeto de modernização da fábrica em Salto de Pirapora (SP), município localizado a cerca de 120 km da capital paulista. A InvestSP nos apoiará nas tratativas do estudo de viabilidade e na implementação do projeto, principalmente no relacionamento junto aos órgãos oficiais e seus agentes no Estado de São Paulo. O projeto prevê a modernização da linha de produção da fábrica de cimento, em diferentes fases, tendo como um dos principais objetivos elevar o índice de substituição térmica da unidade e reduzir as emissões de CO2, alinhado com os nossos compromissos de sustentabilidade de longo prazo.

 

No ano passado, lançamos a Motz, sua transportadora digital que veio para transformar a jornada logística de caminhoneiros e embarcadores para um modelo mais simples e ágil. A Motz atua de forma independente e alia a solidez, a capilaridade e a rede de cargas da empresa ao espírito de startup de uma Logtech, mais enxuta, ágil, inovadora e com muita tecnologia. Também em 2022, apresentamos nossa nova marca corporativa: mais contemporânea, plural e que representa a diversidade de suas pessoas, produtos e negócios, unindo tradição, inovação e olhar para o futuro. A nova identidade visual conecta os nossos objetivos estratégicos e nossos compromissos de sustentabilidade com o processo de transformação e de crescimento em diferentes segmentos e atividades. Alinhada à nova marca corporativa, lançamos também os novos layouts para nossas marcas de cimento no mercado brasileiro: Votoran, Cimento Itaú, Tocantins e Poty.

 

Desempenho por região

No Brasil, nossa receita líquida foi de R$ 12,7 bilhões em 2022, crescimento de 23% em relação a 2021. A dinâmica de preços favorável compensou a ligeira queda de volume no mercado de cimento, principalmente no setor de autoconstrução, impactado pela conjuntura econômica, mas que também foi parcialmente compensado pelos setores imobiliário e de infraestrutura. O EBITDA ajustado foi R$ 2,4 bilhões, resultado operacional ligeiramente maior, de 2%, comparado a 2021. Além da dinâmica de preços implementada, o crescimento dos negócios adjacentes contribuiu para o resultado e mitigou a pressão de custos.

Na América do Norte, a receita líquida atingiu R$ 7,4 bilhões no ano passado, aumento de 4% em relação a 2021, resultado impulsionado pela demanda positiva dos mercados nos Estados Unidos e Canadá, além do volume de vendas adicional trazido pela McInnis, aquisição concluída em abril de 2021. O EBITDA ajustado da região foi de R$ 1,6 bilhão em 2022, redução de 15%, explicada principalmente pelo impacto da inflação de custos como combustível, matérias-primas e energia, além da valorização do Real ao longo do ano.

Na Europa, Ásia e África, a receita líquida aumentou 16% em 2022 comparada a 2021, atingindo R$ 3,4 bilhões. O EBITDA ajustado na região foi de R$ 676 milhões, crescimento de 20% em relação ao exercício anterior. Em 2022, Tunísia e Espanha registraram aumento de volume de vendas, tanto orgânico quanto em razão do volume adicional trazido pela fábrica de Alconera, adquiria em outubro de 2021. Apesar do impacto da depreciação do Euro no período, o crescimento do resultado operacional é resultado da gestão de preços em todos os países da região, que atenuou a inflação de custos.

Na América Latina, nossa receita líquida foi de R$ 812 milhões em 2022, redução de 17% em comparação com 2021. O EBITDA ajustado de 2022 foi de R$ 138 milhões, queda de 42%. O resultado da região foi impactado principalmente pela dinâmica nos mercados do Uruguai, com um novo competidor, e da Bolívia, que sofreu paralisações na região de atuação da companhia devido às manifestações populares, com impacto na gestão de preços e no volume de vendas.