Para este evento reunimos uma plateia selecionada de clientes, parceiros e imprensa para um diálogo sobre Economia Circular e gestão de resíduos. Contou com representantes da Klabin, Arauco, Mercado Livre e CBA com mediação de Fabio Guido, do CEBEDS. A Economia Circular é um conceito baseado na inteligência da natureza, em que o processo produtivo circular se opõe ao linear e os resíduos são insumos para a produção de novos produtos.
Para nosso CEO Marcelo Castelli, em uma economia sustentável todos precisam ganhar, gerar valor social, ambiental e financeiro. Castelli falou também sobre a criação da Verdera, um novo negócio que nos desafiamos a criar, exatamente para conectar a companhia com o tema da Economia Circular. Somos pioneiros em coprocessamento, realizado desde 1991 em nossas fábricas, não só do ponto de vista de recuperação energética mas também propiciando a inserção nesse ecossistema em rede.
Fábio Guido, gerente de Relações Institucionais do CEBEDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), foi o mediador dos painéis. Na abertura do primeiro painel, sobre Economia Circular, Guido ponderou que “não existe o jogar fora, o modelo em que vivemos está gerando um desgaste dos recursos do planeta. Este ano esgotamos toda a capacidade de recursos do planeta em 19 de julho. Isso quer dizer que a partir desta data o planeta Terra começou a gastar mais recursos do que consegue regenerar. Em 2018 essa data foi em 1º de agosto”.
Laura Motta apontou que é preciso enxergar a sustentabilidade com visão de longo prazo e de forma sistêmica. “O Mercado Livre é um ecossistema de soluções para empreendedores. Nosso objetivo é construir economia sustentável para que ela seja a única economia a longo prazo. A sociedade evoluiu na forma de se relacionar com o consumo. Fizemos uma pesquisa com 18 mil compradores na América Latina e encontramos resultados como 94% dos consumidores que se dizem já familiarizados com o consumo consciente”, afirmou. Laura falou também sobre o Programa Empreender com Impacto, que já formou 270 empreendedores com modelos de negócios sustentáveis, e o Programa de Logística Reversa, que começou este ano em parceria com a Green Eletro, com pontos descentralizados de coleta de materiais.
Para Alvaro Lorenz, nosso Diretor Técnico e de Sustentabilidade global, “a pressão dos consumidores começa com nossas próprias ações, como por exemplo a utilização de sacolas plásticas, que mostra que o hábito do consumidor está mudando. No Brasil geramos entre 70 e 80 milhões de toneladas de lixo, é 1 kilo de lixo por pessoa por dia. Precisamos olhar para esses números”. O executivo também destacou a cadeia do babaçu em Tocantins, em que a comunidade produz óleo de babaçu e seu caroço é utilizado como combustível na nossa fábrica em Xambioá. Foi criada ainda uma cooperativa de mulheres que produz biojóias, uma possibilidade de desenvolver e gerar outras alternativas de renda na comunidade.
O segundo painel tratou da gestão de resíduos. Para Luis Busnardo, especialista em Sustentabilidade da Arauco, a utilização de aterros não é uma alternativa a ser considerada. “Deslocar o resíduo para algum lugar é muito fácil. Uma boa gestão de resíduos não é um trabalho à parte, ela faz parte do trabalho. É Importante pensar na destinação mas também na geração de resíduos, desenvolver alternativas para não encaminhar nada para o aterro”, apontou. Marcos Moreno, gerente de Sustentabilidade da CBA, destacou a importância de trazer o tema de gestão de resíduos dentro da estratégia das empresas. “Hoje conseguimos atingir o aterro zero na CBA”, afirmou.
Para Julio Cesar, especialista em Sustentabilidade da Klabin – maior produtora e exportadora de papéis do Brasil – a geração de resíduos sólidos é inerente à produção e a companhia tem a obrigação de gerenciar esse impacto. “Além do plano de geração de resíduos, temos o plano de monitoramento e controle desse resíduo. E por fim a destinação final é extremamente importante, prezando pela destinação ambientalmente correta”. Para Cesar, atingir o aterro zero é um objetivo, porém não é um caminho fácil. “A Klabin produz 800 mil toneladas por ano de resíduos e 92% é reciclado ou reutilizado”.
Eduardo Porciúncula, nosso gerente geral de coprocessamento, explicou que utilizamos o coprocessamento desde 1990. “Trouxemos a marca Verdera para prestar serviço ao mercado na área de gestão de resíduos. Ela surgiu para estar próxima aos clientes, as indústrias que geram 100 milhões de toneladas de resíduos por ano”. Porciúncula destacou também a importância da regulamentação para utilização de resíduos no Brasil. “A velocidade da indústria corre mais rápido que o poder público, mas estamos em um ambiente propício para isso, temos que discutir esse tema no Brasil e implementar projetos que estão no mercado”, afirmou.
Para Julio Cesar, da Klabin, a questão da gestão de resíduos é de todos. “Apenas 3% do lixo é destinado à reciclagem no Brasil. Esse problema é tanto de cidades grandes como de cidades pequenas”.
Finalizando o painel, Eduardo Porciúncula afirmou que a agenda no Brasil é positiva. Para o executivo, há uma necessidade de resolver essa questão no País e apontou o exemplo do CDR, (combustível derivado de resíduo) utilizado como combustível de forma pioneira em São Paulo “Como empresa e como cidadão, cada um deve ter sua responsabilidade. O problema vai recair sobre nós mesmos e pagaremos um alto custo pela falta de organização”.