Empreendedorismo: Tecelagem ao Cimento

Dos tecidos ao cimento: uma trajetória de inovação

A origem da Votorantim muitas vezes é associada ao cimento, produto pelo qual somos mais conhecidos pelo grande público. No entanto, nossa empresa nasceu em outro setor: o de produtos têxteis, que constituía nossa atividade principal até 1930.  O caminho que nos trouxe de lá até aqui foi marcado pela inovação na forma de administrar, pensar no futuro e gerir marcas.

A Sociedade Anônima Fábrica  Votorantim,  localizada  na  cidade  de  Sorocaba, era uma das maiores  fábricas  têxteis  paulistas  nas  décadas  iniciais  do  século  XX .  A empresa foi criada  em  1891  pelo Banco União de São Paulo  –  a  maior  casa bancária  paulista do período  –  e, com a falência do banco em 1917, arrematada pelo nosso fundador, Antônio Pereira Ignácio,  e Francisco  Scarpa em janeiro de 1918.  O setor era altamente promissor: em 1919, 29% do produto industrial brasileiro teve origem no setor têxtil, cifra  análoga  à  participação  dos  têxteis  na  indústria  paulista,  sendo  que  São  Paulo  abrigava  30%  das fábricas  têxteis  brasileiras  e  27%  do  capital  investido  no  setor,  além  de  34%  dos  operários  nacionais

 

Relacionamento com fornecedores: inovação desde a primeira unidade produtiva

Meses antes da inauguração da fábrica de tecidos, Antônio Pereira Ignácio vinha publicando anúncios nos jornais locais. Neles, oferecia contratos garantindo a compra da safra de algodão do ano seguinte por um preço mínimo prefixado. Numa época em que as formas de seguro agrícola eram praticamente inexistentes, uma oferta assim era uma grande novidade. A ideia de optar por uma cultura vendável com segurança foi aceita por muitos agricultores – num tempo em que os industriais do setor pouco se preocupavam com a situação de seus fornecedores.

Nos 20 anos subsequentes, a Fábrica Votorantim converteu-se na principal empresa têxtil do Estado de São Paulo, ao passo em que a Votorantim diversificava seu portfólio.

 

Pensamento de longo prazo e disciplina financeira:  inovação na forma de administrar

A opção por diversificar os negócios tinha como base o pensamento de longo prazo e o foco em melhorar custos, já que a variedade de empreendimentos reduzia custos produtivos e de transação, por exemplo, no transporte das mercadorias.  Também levava em conta a instabilidade que dava sinais no mercado de têxteis.

Além disso, a disciplina financeira, que permanece em nosso DNA, foi fundamental para que a Votorantim formasse as reservas necessárias para enfrentar a grave crise de 1929, momento em que foi possível ampliar investimentos em máquinas têxteis mais modernas e  financiar  produtores  de  algodão  para  garantir  obtenção  de matéria-prima. Tais reservas, construídas majoritariamente com capital próprio para evitar endividamento, também permitiram que, mesmo com a depressão mundial causada pela queda da Bolsa de Nova York, a Votorantim investisse na diversificação dos seus negócios, consolidando-se como um dos protagonistas da industrialização no Brasil, passando a atuar em diversos setores relevantes da economia real.

 

Cimento: inovação em formas de produção e preocupação com a marca

Até esse momento, a produção de cimento tratava-se de uma atividade considerada bastante secundária em relação à produção têxtil. A Votorantim produzia uma quantidade pequena, de forma próxima à artesanal, em uma fazenda próxima a Sorocaba, mas a empresa começou ali a implantar sua mentalidade diversa, mais técnica e voltada para o longo prazo. De modo a assinalar a mudança de prioridades, o próprio nome da empresa foi alterado, de S.A. Fábrica Votorantim para S.A. Indústrias Votorantim. Era um sinal evidente de que a passagem da produção de bens de consumo para aquela dos produtos de base não era uma decisão momentânea – e ela aconteceria justamente com a entrada no mercado cimenteiro. Em 1933 foi assinado um contrato com a empresa dinamarquesa F. L. Smith para compra de um novo forno, capaz de produzir cimento de melhor qualidade que o da antiga fábrica, e começaram as obras de construção da unidade de Santa Helena.

O pensamento inovador da empresa se manifestou também na decisão de comercializar o cimento da nova unidade sob a marca Votoran, medida necessária pois a nova escala de produção implicava também o enfrentamento de uma competição de outro porte. Assim que o produto chegou ao mercado e demonstrou sua qualidade, concorrentes tentaram desqualificar a marca atribuindo a ela os processos artesanais de produção usados anteriormente. Tal estratégia causou algumas dificuldades para o estabelecimento da nova marca no mercado, mas em 1938 a escolha do cimento Votoran na construção do novo Viaduto do Chá, um dos marcos arquitetônicos da cidade de São Paulo, comprovou a qualidade do produto e deu início ao seu caminho para a liderança de mercado.

Hoje, a Votorantim Cimentos reafirma o seu legado de inovação e de empreendedorismo, com o lançamento do novo portfólio do cimento, novos investimentos em diversificação de produtos e serviços, como novas argamassas, calcário agrícola, Engemix, nova família Hi-Mix, VC Online, Inovação Aberta e aplicativos de relacionamento. Assim como continua investindo em projetos que confirmam o seu propósito “a vida é feita para durar” e que atendam os anseios da sociedade com olhar para o futuro da construção civil e das cidades.