Iniciativa contribui para a descarbonização da indústria e fortalece a economia circular na Amazônia
No dia 25 de maio é celebrado o Dia da Indústria. A data homenageia Roberto Simonsen, patrono da indústria nacional, que foi presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). A data é um momento importante para refletir sobre os desafios atuais que mobilizam diversos setores industriais comprometidos em reduzir a pegada ambiental.
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), serão necessários cerca de R$ 40 bilhões até 2050 para descarbonizar a indústria brasileira. A indústria de materiais de construção, responsável por produzir o concreto, o material mais consumido no mundo depois da água e essencial para o desenvolvimento da sociedade, é um exemplo de setor que está empenhado em reduzir suas emissões de CO2. Assim como outras atividades de larga escala, o setor exerce um papel importante na implementação de tecnologias para contribuir com a descarbonização do planeta.
Somos pioneiros no uso do caroço de açaí como combustível alternativo em nossa unidade localizada no município de Primavera (PA). Por meio do coprocessamento, a nossa fábrica alia inovação, sustentabilidade e economia circular ao transformar resíduos do fruto, que representam 80% do peso do açaí, em energia térmica. A iniciativa é referência para as indústrias da região amazônica desenvolverem soluções voltadas à redução dos impactos de suas atividades no meio ambiente, somando esforços para a descarbonização do setor e no combate às mudanças climáticas.
O coprocessamento consiste na substituição de combustíveis fósseis por resíduos em fornos para produção industrial. Na prática, essa tecnologia contribui para a redução das emissões de CO2 industrial. A nossa fábrica de Primavera foi a primeira unidade do Brasil a utilizar o caroço do açaí como combustível, em 2018. O caroço do açaí é usado pela nossa fábrica em Primavera no processo de produção de cimento. Substitui o carvão mineral no moinho de cru e no forno para produção do clínquer, que é o principal elemento que compõe o cimento.
Em 2024, 64,3% do combustível utilizado na nossa fábrica de Primavera foram resíduos, reforçando nosso papel estratégico na transição para uma economia de baixo carbono. Hoje, além do caroço do açaí, a unidade usa cavaco de madeira, briquete de serragem, pó de serra e moinhas de carvão combustível. Além dos benefícios ambientais, o coprocessamento realizado pela nossa fábrica em Primavera promove a economia circular ao gerar valor para a cadeia produtiva local: produtores de açaí que antes descartavam os caroços agora comercializam o resíduo, ampliando suas fontes de renda. A ação também ajuda a evitar o descarte inadequado dos resíduos, contribuindo para a preservação dos rios e a ampliação da vida útil dos aterros sanitários.
“Para nós, é um orgulho fortalecermos a indústria do Pará com soluções que geram valor ambiental, social e econômico. O aproveitamento integral do açaí é uma iniciativa que exemplifica nossa jornada de descarbonização e compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e com as metas dos nossos Compromissos de Sustentabilidade para 2030. Estamos engajados em promover uma economia circular que respeita o meio ambiente e inclui todos os elos da cadeia”, afirma Rodrigo Telles, gerente da nossa fábrica em Primavera.
Encerramos 2024 com o resultado global de emissões de 550 kg de CO2 por tonelada de cimentício produzido, uma redução de 27,9% em comparação com 1990, ano base utilizado na indústria de cimento. Comparado a 2023, quando obtivemos 556 kg de CO2 por tonelada de cimentício, reduzimos em 1% a emissão de CO2 por tonelada de produto fabricado em 2024. A nossa meta de descarbonização para 2030, aprovada pelo Science Based Target initiative (SBTi), é de 475 kg de CO2 por tonelada de cimentício.
A nossa estratégia de descarbonização está pautada em quatro grandes pilares: o coprocessamento, que é a substituição do combustível fóssil nos fornos de produção do cimento por outros materiais, especialmente biomassas e resíduos; o uso de cimentícios, que é a substituição do clínquer – o principal responsável pela emissão de CO2 no processo produtivo de cimento – por subprodutos vindos de outras indústrias; a eficiência energética e uso de fontes renováveis de energia, com hidrelétricas próprias e investimentos em energia solar e eólica; e o desenvolvimento de tecnologias, uso de processos inovadores, novos materiais, captura, uso e armazenamento de carbono, desmaterialização da cadeia de valor, parcerias com diversas entidades e academia para, cada vez mais, otimizar os recursos e reduzir a intensidade do carbono.